sexta-feira, 3 de junho de 2011

O GOSTO DE MEUS OLHOS



Meus olhos gostam do tempo,
Gostam do sol que brilha,
Gostam da chuva que cai devagar,
Gostam da sombra da noite,
Gostam do amanhecer do novo dia.
Gostam da esperança no seu olhar.

Meus olhos gostam da nuvem branca
Que viaja pelo céu azul
Em forma de bichos e plantas.
Gostam do som da cachoeira
Que geme copiosa na fonte,
Sobre pedras brancas e lisas.

Meus olhos gostam de cores fortes,
Gostam de flores perfumadas,
Gostam do verde das florestas,
Gostam das cores dos pássaros.
Gostam do sussurrar da brisa.
Gostam das estrelas, dos céus,
Do mar, da terra e dos bichos.

Meus olhos gostam dos sonhos,
Gostam das folhas murmurando ao sabor do vento.
Gostam das brincadeiras dos gatinhos na relva verde.
Gostam da flor que desabrocha no jardim.
Gostam da voz melodiosa dos amores.
Gostam da vontade inerente dos poetas.
Gostam da sinceridade das crianças.
Gostam do vôo raso do gavião.

Meus olhos estão quase extasiados de ver:
As crianças, os jovens na sua procura pela vida,
Nas veredas das estradas a correr.
Vi muita tristeza também.
Amei o amor, a inocência,
As flores e as justiças.


Hoje na velhice prudente - manias tenho,
Da juventude - só lembranças,
Da terra – só a beleza e dor,
Dos amigos – saudades.
Dos irmãos e irmãs - sinto falta.
Da vida – apenas medo e aflição.

BRUMADO, 3 DE JUNHO DE 2001

VERA DA MATA

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