sábado, 23 de outubro de 2010


UM ENCANTO EM CADA COISA...

O mundo é cheio de encantos
E, também, desencantos,
Cheio de coisas e sentimentos
Que nunca acabam.
Tem um pouco de tudo...
Tem gente boa e prestativa,
Tem gente má e egoísta.

Tem coisas que estão dentro de outras.
E outras que estão por fora de algo.
Tem gema dentro do ovo,
Tem caroço dentro do abacate.
Tem casca de banana amarela,
Tem peixe dentro da água.

Tem avião que voa no céu,
Tem trem que corre na terra,
Mas também tem desilusão,
E má vontade de todos.
Tem semente dentro das frutas,
Tem chuva que cai do céu,
Tem nuvem que dança no alto,
Tem relâmpago que parte ao léu.

Tem coisas que estão dentro:
Coelho dentro da toca,
Família dentro de casa,
Lembrança dentro do coração.
Saudade dentro do peito.

Tem coisas que estão fora:
Crianças que brincam no quintal,
A lua no céu estrelado,
Telhado em cima da casa,
Tristezas e mágoas da vida!
Tem coisas que estão em cima:
Gato em cima do telhado,
Vaso em cima da mesa,
Menino em cima da cama.
Amor acima de tudo,
Carinho em cima da dor.

Tem coisas que estão embaixo:
Mineiros embaixo da terra,
Ouro embaixo do solo,
Tapete embaixo do sofá,
Tatú embaixo da terra...

Tem coisas que são grandes:
A inveja, a dor e a saudade.
A montanha, o hipopótamo e o elefante...
São Paulo, Nova Iorque e Tóquio.
Deus, amor e o infinito!
Tem coisas que são pequenas:
O botão e a flor das gramineas,
A formiga, o mosquito e a areia...

Existem coisas novas,
Velhas, secas e pretas,
Brancas, molhadas e curtas,
Longas, azuis e doces.
Molhadas, brilhantes e rosas.
O mundo é cheio de coisas,
Diferentes,
Cheias de mil encantos.

Vera da Mata
VC, 23/10/2010

O OLHAR DE ARIEL

Com seu olhar bonito
Ariel!
Forma um coral
com reflexos de luz
Que corre por entre as montanhas
De amor e sonhos.

Ariel.
Ana que é uma colina,
De amor, carinho e flores.
O Olhar de Ariel,
Parece correntes de mel,
brilha nos olhos da gente,
brilha nos olhos de todos,
Colore a vida de amor.


E o sol, vendo Ariel
torna corada a menina,
cor de canela, cor linda!
Tem o olhar de uma pomba,
Põe sonhos e amores,
Nas colinas de Ana.

Vera da Mata 20/10/2010


BEATRIZ!

Tu és meiga e linda!
Flor que do céu caiu...
És inocente e sincera,
Coração puro e meigo...

Menina, você é forte!
És puro amor ...
És quieta, inteligente,
Gentil, educada.

Gostas de PC, DVD, TV,
Gostas de brincar também.
Brincar de corda, de casinha,
De pirueta, sem se preocupar.

Menina! Que ainda não conheces o mundo,
Não deixe ninguém te maltratar,
Porque os teus encantos
Deus vai abençoar!

Vera da Mata
21/09/2010


NO SILÊNCIO DO LUAR


Misteriosa lua!
As estrelas estão acessas
Parecem uma fotografia
De um tufão de luz !
Na lua, há serenidade do azul...
Na lua, há infinita serenidade
No céu, no telhado e nas ruas,
Há infinita saudade!
Do silêncio! Do sol! Das flores!
Tão claro e lindo como luar,
Sei que há alguém, não sei onde, que chora...
Na angústia invencível que me mostra
Que invade o meu ser e meu coração
e devora a minha alma ...

Vera da Mata
15/11/2008

VERSOS SEUS...

Há uma estranha luz nesta noite!
Que transcende a dor e a poesia,
Finjo que tenho o coração contente
Neste amor frio e meu somente.
Estes versos eu lhe dou.
Pela vida a fora, versos hei de fazer,
Cheios de sonhos, de dores e lembranças,
Do amor que tive,
Do amor que se foi...

Relembrar o passado de nós dois...
Esse passado que começou ontem...
Repletos de ternura e desencontros.
São versos meus, mas que são seus, também...
Sozinho, hás de escutá-los sem ninguém
Que possa perturbar nossa ventura...
O tempo branqueou nossos cabelos,
Tirou as nossas forças
Mas deixou as nossas lembranças,
Doces ou amargas
De saudade do nosso amor.

Ao lê-los, saudade e dor teremos...
Chorando o nosso amor,
hás de rever nossa vida,
hás de lembrar do que fez...
E se nesse tempo eu já tiver partido
Deixa ao lado da cova,
Um bilhete em branco
E um molhe de flores mortas!

Vera da Mata
13/10/2010
Nós não passamos duas vezes no mesmo caminho, portanto quando tiver oportunidade de fazer um bem a alguém, faça-o, pois não voltará àquele lugar novamente.
Vera da Mata


O CÉU E OPACAS SOMBRAS

Sombras opacas no céu,
Dia abafado e sem luz,
Transformando a noite medonha,
Feia, triste, desolada.

Nela há o mugido sobre as rochas,
Do mar que salta e espuma.
Dos furacões e ventos irados;
Com sons zunindo no ar.

Há grunhidos do pássaro noturno,
Que assusta pousado no cipreste.
Formando temíveis sombras
Formando quadro terrível.

Há ciúme e saudade no ar.
Grato sou, olhos meus
Pelas nuvens opacas
Que fazem desenhos de sonhos.

Nas sombras deleitosas,
Que assustam as almas.
Nos raios de sombras opacas,
Nas eternas sombras de dor...

Vera da Mata
VC, 12/10/2010


O QUE SÃO PALAVRAS?

É acesso verbal,
são sermões de revertério,
no reservatório,
no depositário,
São sementes da mente,
São correntes da vida.
Palavras tomam rumo
do caminho do vento.



No campo, as palavras
Dão alento ao farelo de trigo,
Ao pão de cada dia.
Ninguém há de falar
Mudando o lugar das palavras,
Senão embaralham as ideias,
Desintegram o som da poesia.

Ando no perfume dos sons,
Só para me vestir de palavras.
Palavras de amor,
Palavras bonitas,
Palavras de esperança,
Palavras de sonhos.

No dicionário...
Palavras adjetivas,
Substantivas,
Verbos de amor
De palavras doces
E meigas,
Palavras ao léu.

Não desperdice as palavras
Elas sempre trazem alento,
No caminho ao vento,
Nas brisas da manhã,
Nos contornos das tardes,
Nas ondas douradas do tempo!

Vista-se de palavras!

Vera da Mata
Br. 24/11/2007

TAÇA DE VENENO

Olhos fechados,
Pensamentos longe,
Tarde sem fim.
Fome dos miseráveis,
Olhos famigerados,
virando mesa
De sermões vazios,
Amarrando travas e amarras.



Pelos que praticam
requintes de crueldade,
estão saciados...
da fome, do dinheiro,
da dignidade, da dor
de outros que nada têm.

Escreveram nas páginas
nobres de nossos ancestrais,
a desonra, a vergonha,
a falta de caráter.

Vera da Mata

Br. 23/11/2006




SUBTERRÂNEO DA MEMÓRIA


O que é o tempo?
É corrente que confere qualidade
de todas as coisas reais e irreais.
É vibração das ondas,
das falas e das vidas
Das emoções e dos medos,
De instantes terriveis!

Instantes...
Que ficam guardados
na consciência, no limite,
no subterrâneo da memória.
É corpo ágil e leve
que busca consolo
na terra sólida e dura.

O tempo exige...
Virtude de paciência,
Ordem que trás semente
Desordem que trás lembranças.
Tempo é amigo do vento
que levam nossas vidas embora.

Vera da Mata

VC, 22/10/2010

quinta-feira, 21 de outubro de 2010


VIAGEM...


Não quero mais ter medo!
Não quero mais adiar as decisões.
Adiar as descobertas,
Adiar o recomeço.

Quero ter coragem!
De mergulhar na vida!
De mergulhar nas sombras!
De mergulhar no sol.

Não quero maquear meus sentimentos.
Não quero mais esquecer os sonhos.
Não quero mais esperar pelo improvável.
Quero a estabilidade da vida!

Vera da Mata
VC, 22/10/2020

SILÊNCIO!!!


No silêncio da alma
o universo canta
a cantiga das estrelas
a cantiga dos anjos.
Cantigas que embalam os seres,
com sábios conselhos
de amor.

O silêncio da alma,
No silêncio da vida!
No silêncio da morte!
murmura a luz divina,
mundo pulsante
de nossos corações.

Vera da Mata
VC, 23/10/2010

ALIVIO


Noite cruel,
Vento e frio,
Ausência de lua,
Ondas sem mar,
Infinito sem estrelas,
No planeta azul!

Mágica!
Poesia e versos...
Palavras de sentimentos
Escondidos na alma do poeta.
Lembranças, paixões,
Passado, frustrações,
Ânsia do triste,
Sede de lágrimas.

Olhos mergulhados no céu,
Estrelas e lua a navegar
No infinito, ao léu
Alivio que se encontra
No tempo!


Vera da mata
Br, 12/10/2006

HUMILDADE


É simplicidade!
Degrau último
da sabedoria!
Que agiganta a alma,
Transforma dor em amor.
Tira o fracasso.
Trás sadia obsessão!
Bela convivência.

Mel do nosso interior,
Molde de nosso ser.

É inimiga...
Da mentira, das tapeações,
Das humilhações, da amargura,
Da dor fingida,
Na madrugada azulada
nas escarpas com pés descalços.

Com humildade,
Levante a cabeça,
Feche os olhos,
contemple o futuro,
Como as pombas que são livres
Que voam soltas
E voltam sempre para o mesmo lugar.
Na ruína de nossos corações
Edifícios maravilhosos
Surgirão...
Alma extraordinária nascerá!


Vera da Mata
VC, 23/11/2009

VERGONHA...

Era setembro
Penso nas decisões
que se modificaram com o tempo.
Acalmo meu pensamento
deixo-o voar lento
no meu eterno lamento!

Chorei com'alma,
Chorei de vergonha,
Pelos pensamentos,
Pelo julgamento,
Pelo mal que causei,
Pelas injustiças,
Pela falta de amor humano.


Vergonha...
De não ter encontrado o coração,
A liberdade,
As circunstâncias,
As necessidades
De todos.
A incompreensão,
O medo,
Que transforma a chuva
Em tempestade neste momento.

Vera da Mata
Monlevade, 1976

AMAR UM FILHO


Amar um filho é algo mais que cercá-lo de conforto e proteção. Cada criança é um ser à parte, uma individualidade que precisa ser compreendida. Se um pai e uma mãe têm quatro filhos, não seria exagero dizer que os quatro filhos deveriam ter quatro pais. Pois cada um deles vê a vida de forma diferente, distinta, tem sua própria maneira de assimilar as coisas, de reagir diante delas.
O modo de tratar os filhos na infância, de resolver os conflitos, vai moldar o homem e a mulher do futuro e sua capacidade de relacionar-se com os outros seres humanos do planeta. Gritos, violência, ofensas não vão fazer nenhum bem a eles, muito pelo contrário, vão criar sentimentos de mágoa, ressentimentos e revoltas.
Cada filho vê o mundo sob um prisma. E sob esta visão terá um jeito de tratar as plantas, os animais e a “nossa casa”, determinará os benefícios e malefícios à sociedade. O filho precisa aprender a amar, só se aprende recebendo amor. Sabe-se que a forma de demonstrar amor está diretamente ligada com aquele que você recebeu na infância, da educação, do meio que viveu e do temperamento que conseguiu desenvolver.
Os filhos devem ter consciência que os pais, também, são limitados. Eles dão o que sabem e podem dar. Portanto, os erros que cometem, as injustiças que ora praticam, demonstram que não são infalíveis, mas é preciso que eles têm a noção de que somos eternos aprendizes da vida. Aprendemos todos os dias e das mais variadas formas.
Não existe amor sem diálogo. Saber ouvir é uma prova de amor. É prova de amor aceitar o filho como ele é. É prova de amor respeitar a opinião dele, sua individualidade. É prova de amor não fazer comparações com outras pessoas. É prova de amor incentivá-lo para que possam crescer e se formar.
Quando um filho é tratado com agressividade, freqüentemente, vai aprender a ser violento. Não se pode esquecer que ele é um ser em crescimento, em formação. Os desajustes dos jovens são normais, são prova de seu crescimento, o que não é normal é a violência. Os pais não podem ficar assustados vendo como perigoso e destrutivo, mas é “crescer”... E crescer dói... Não podem usar isso como negativismo. Pois à medida que crescem vão se ajustando, quando são criados com amor. Eles só precisam de apoio, de carinho e de cuidado.
Nessa fase, os jovens são arredios, reservados, pouco amável e críticos, querem distância! Mas precisam de reconhecimento e amor para transporem esta etapa. É comum verem os pais como atrasados, com indiferença, eles querem ser independentes, por isso seus desejos se chocam com o dos adultos.
Os jovens devem crescer psicologicamente normais, sem frustrações e seguir seus caminhos sozinhos. Devem saber tomar decisões, escolhas, correrem riscos. As experiências dos adultos podem e devem ser transmitidos, todavia não tirará deles a necessidade de terem as suas próprias experiências.
Pais! Não se preocupem! Um dia os filhos se tornam adultos começam a enxergarem os seus pais com admiração, porque sabem que daí para a frente terão as mesmas dificuldades que seus pais tiveram.

Vera da Mata

Monlevade, 1973

terça-feira, 19 de outubro de 2010

SOL E LUA




Era noite na criação do universo.
Da treva surgiu a Luz,
Da luz surgiu a lua,
Da lua surgiu as sombras.
Das sombras surgiu o sol.
Do sol surgiu a vida.

Feminina é a lua!
Masculino é o sol!
Os dois se completam
Se encontrarão
Nem que seja eclipse da vida!...

A lua produz luz fria!
O sol produz luz quente!
Lua feminina, mulher
Portadora de "Luzes do sol",
Carrega com firmeza,
o ser que vai embalar
os passos da vida!
Sua tocha da Luz.

Vera da Mata
VC, 26/09/2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010





MONLEVADE MINÉRIO

Em cima do ferro nasceste,
João Monlevade
Criou-te e expandiu-te.
Hoje tu és maravilha
Social e econômica.
Teus filhos são fortes,
Corajosos e valentes,
Todos com coração de aço,
Duro por fora
Moles de amor.

Monlevade, berço de minhas montanhas!
Quantas saudades...
Minas – ferrífera,
Na memória retratando
No Vale do aço – meu pranto.
Minhas lembranças estão voltando
Àquele monte em que sentada
Observava lá do alto minha terra
Linda, tortuosa... amorrada!

Na mente recordo
Do rio, dos troncos,das matas,
Cena alegre de brincadeiras
Enredo de amor saudoso.

Vera da Mata
Br, 02/12/1999



MIRAGEM

É ilusão ou alucinação?
São imagens refletidas ...
Com luz natural,
Ou com lamparina
Registradas pelos olhos.
Na estrada, dia quente
Ensolarado
Refletem no chão,
No asfalto, no deserto.

Miragem é espelhismo
Transparente,
Diferente,
Luz refratada.
Feixe de luz!
Engano dos sentidos,
Ilusão do olhar,
Luz invertida,
Fenômeno do engano,
Maior delas: arco-íris. .

Vera da Mata
VC, 17/10/2009

EXISTÊNCIA

Eu existo?
Nunca existi...
Fui miragem,
Fui oásis,
Fui água cristalina,
Fui espelho de tua alma.

E agora?
Existo....
No deserto de meu coração,
Nas agruras de nosso caminho,
Na sombra de nossos olhos,
Foram sonhos?

Foram brisa fresca,
De noite escura,
De frio e calor.
De sereno luar,
Delongas tempestades,
De dias quentes,
De dores da alma,
De dunas de areia movediça!

Fomos viagem sem volta,
Fomos miragem!


Vera da Mata,
VC, 18/10/2010

CILADA

Há várias formas de matar uma criança,
Não só com o tiro da fome,
Ou espada da palavra
Envenenada.
Mas com o olhar frio,
Com a indiferença,
Com a falta de saúde
E educação,
Com a falta de moradia
E pais amorosos.

Crianças!
Morrem na sintaxe
Da emboscada,
No desleixo do amor,
Com os presentes “drogados”.
Na solidão da morte,
No abandono de família,
No descuido da vida.


Brumado, 2006
Vera da Mata

PERDI A PACIÊNCIA

Em discutir a relação,
Com gente tola;
Com a falta de postura
Da sociedade
E da política.

Perdi a paciência:
Com a arrogância,
a ganância,
A distância humana
E a impaciência;
Com falta de amor
Dos outros, a dor;

Perdi a paciência:
Com a intolerância,
A insolência
E a indolência.

Perdi a paciência:
Com os tolos!

Vera da Mata
12/10/2005

FULANO SEM NOME


Brinca na rua,
Na calçada,
No abandono da vida.
Quer esquecer
A família,
A vida,
A saúde,
A escola
Que não tem.

Mundo injusto!
Poucos com tanto,
Muitos com pouco.


A boca de “Fulano Sem Nome”
A sociedade fecha,
Com tiro,
Com fome,
Com prisão,
Na violência
E na solidão.

“Fulano Sem Nome!
Brinca de bandido,
De correr na miséria,
Pés descalços,
Olhos famintos,
Coração vazio,
Esperança nenhuma.

Desespero,
Dor,
Grito,
Morte!

Vc, 16/10/2010

Vera da Mata


O QUE É TRISTEZA?


É dor
É nostalgia
É ardor
Da saudade?

É dia de solidão,
De lembranças,
Das pessoas,
E das “lambaças” da vida?

É saudade dos amores,
Das pessoas,
Dos lugares,
Das idades?

Ninguém sabe...
É vaidade das vaidades,
É falta de amor,
É ausência!

Vera da Mata
Brumado, 11/12/2006