quinta-feira, 21 de outubro de 2010


AMAR UM FILHO


Amar um filho é algo mais que cercá-lo de conforto e proteção. Cada criança é um ser à parte, uma individualidade que precisa ser compreendida. Se um pai e uma mãe têm quatro filhos, não seria exagero dizer que os quatro filhos deveriam ter quatro pais. Pois cada um deles vê a vida de forma diferente, distinta, tem sua própria maneira de assimilar as coisas, de reagir diante delas.
O modo de tratar os filhos na infância, de resolver os conflitos, vai moldar o homem e a mulher do futuro e sua capacidade de relacionar-se com os outros seres humanos do planeta. Gritos, violência, ofensas não vão fazer nenhum bem a eles, muito pelo contrário, vão criar sentimentos de mágoa, ressentimentos e revoltas.
Cada filho vê o mundo sob um prisma. E sob esta visão terá um jeito de tratar as plantas, os animais e a “nossa casa”, determinará os benefícios e malefícios à sociedade. O filho precisa aprender a amar, só se aprende recebendo amor. Sabe-se que a forma de demonstrar amor está diretamente ligada com aquele que você recebeu na infância, da educação, do meio que viveu e do temperamento que conseguiu desenvolver.
Os filhos devem ter consciência que os pais, também, são limitados. Eles dão o que sabem e podem dar. Portanto, os erros que cometem, as injustiças que ora praticam, demonstram que não são infalíveis, mas é preciso que eles têm a noção de que somos eternos aprendizes da vida. Aprendemos todos os dias e das mais variadas formas.
Não existe amor sem diálogo. Saber ouvir é uma prova de amor. É prova de amor aceitar o filho como ele é. É prova de amor respeitar a opinião dele, sua individualidade. É prova de amor não fazer comparações com outras pessoas. É prova de amor incentivá-lo para que possam crescer e se formar.
Quando um filho é tratado com agressividade, freqüentemente, vai aprender a ser violento. Não se pode esquecer que ele é um ser em crescimento, em formação. Os desajustes dos jovens são normais, são prova de seu crescimento, o que não é normal é a violência. Os pais não podem ficar assustados vendo como perigoso e destrutivo, mas é “crescer”... E crescer dói... Não podem usar isso como negativismo. Pois à medida que crescem vão se ajustando, quando são criados com amor. Eles só precisam de apoio, de carinho e de cuidado.
Nessa fase, os jovens são arredios, reservados, pouco amável e críticos, querem distância! Mas precisam de reconhecimento e amor para transporem esta etapa. É comum verem os pais como atrasados, com indiferença, eles querem ser independentes, por isso seus desejos se chocam com o dos adultos.
Os jovens devem crescer psicologicamente normais, sem frustrações e seguir seus caminhos sozinhos. Devem saber tomar decisões, escolhas, correrem riscos. As experiências dos adultos podem e devem ser transmitidos, todavia não tirará deles a necessidade de terem as suas próprias experiências.
Pais! Não se preocupem! Um dia os filhos se tornam adultos começam a enxergarem os seus pais com admiração, porque sabem que daí para a frente terão as mesmas dificuldades que seus pais tiveram.

Vera da Mata

Monlevade, 1973

2 comentários:

  1. Sempre te admirei mamãe!!!! Te amo e sou grata por ter nos criado em um lar imerso de carinho! Te amo!

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  2. Armindo Filho23/10/10

    Oi Mana, que lindo texto. E pura verdade, os filhos são mesmo seres indepedentendes e distintos, cada qual vê o mundo com seus próprios olhos e criam os seus próprios valores a partir da estrutura que são os seus pais... parabéns, beijos, Armindinho

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