sábado, 16 de outubro de 2010

PÁGINAS DE CHORO



QUADRO DE TARSILA DO AMARAL


Não choro por nada
Choro por tudo.
Choro pelo vento,
Pelas flores
pelo mar,
pelas criaturas,
pelos animais.
Pela noite escura
Que são páginas em prosa.
Dores...
Trêmulas e confusas
Correm ao infinito...
Mas logo retornam
entre risos e soluços.
Vida majestosa
Que exprimem sonhos e palavras,
Cores ideais,
Emoção de momento,
Mágoas de saudade!


Vera da Mata
VC, 15/10/2010





LÍNGUA PORTUGUESA


Lá no Lácio nasceu
Românica se tornou.
É bela e linda!
Que do latim surgiu.
Portugal é sua mãe,
Que pelo mundo se espalhou
Brasil, Goá, Macau,
Moçambique e Angola,
Timor-leste, Guiné
São Tomé também.
O português tem: Camões,
Carlos Drummond de Andrade,
Olavo Bilac , Vieira,
Castro Alves,Fernando Pessoa.

Gosto de suas palavras,
São sereias intocáveis
De corpos brilhantes.
Seu ritmo verbal
Fascinante é...
Seus sons,
Melodiosos são.
Suas sombras de letras
São fantásticas.
Sua sintática
É complicada.
Gosto da delícia desta língua
Da paixão e entrega,
No devaneio externo.

As palavras fazem a festa,
A dança numa fluidez
Fantástica.
Assim a nossa língua
São cortejos sonoros
De sedas ao vento!


Vera da Mata
VC, 15/10/2010

VERBOS E AÇÃO


Processo e estado,
Ação e sujeito.
Nascer,
Amar e crescer...
Falar e sentir.
Agir e fazer.
Argumentar
A ação verbal,
Todos os seus estados físicos,
E morais de tempo
e de espaço.
Fazedor da ação,
Preenchedor de sentidos.
Sua existência
Importante é...
Quando saímos,
Batemos, bebemos,
Gritamos, respondemos,
Raciocinamos,
Pensamos, repetimos,
Exploramos,
Ajuizamos,
Queremos
Viver,
Ser feliz
E amar.

Vera da Mata
VC, 15/10/2010

ESPERANDO!


Que o mundo seja melhor!
Que respeitemos o próximo!
A natureza e os animais.
Que possamos ajudá-los.
Que não sejam abandonados,
Nem desprezados.

Não tratemos o irmão com deboche
E nem critica depreciativa.
Que não olhemos o outro com olhar frio
Para a dor não aumentar.
Que possamos ser acessível,
E grandeza de espírito mostrar.

Problemas...
São muitos.
Calma e paciência são os remédios.
Eles vêm e vão por si.
Não ceda diante da vontade deles.
Ele é como um rio.
Nadando com determinação,
À margem chegaremos.
Se ele insistir
não se assuste.
Sua existência é coisa normal.


Vera da Mata
VC,15/10/2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

DE COPIAPÓ PARA A LUZ

Falar de Copiapó
Ninguém nunca ouviu
Localizada perto do deserto
Na Atacama ela surgiu.

Grande riqueza mineral
na sua terra é constante,
Mas a tragédia
Em agosto apareceu.

Trinta e três homens
Presos no seio da terra,
Sem luz e sem esperança
Esperavam a salvação.

Setenta dias confinados
Num espaço pequeno,
Úmido e escuro
Quente a abafado também.

Mundo todo olhou
Para o acidente de lá,
Angústia, pesadelos
Temores e preocupações de cá.

Setecentos metros distantes
Do chão do deserto de Atacama,
Cá em cima calor e frio,
Lá embaixo, dúvidas e calor.

A data treze de outubro
Na mente do mundo ficará,
Dia de muita alegria
E solidariedade aqui e acolá.

Mineiros, o mundo lhe é solidário,
Na dor e nos sonhos,
Em todos os seus momentos solitários,
E na luta pela sobrevivência e desejos!

Festejos, encontrarão
Abraços, serão muitos,
Mas dias muito duros virão
Na montanha russa das emoções. .

Dentro de sua tragédia, mineiros,
Não adianta orgulho ou vaidade
Descobri o quão frágeis somos,
Acidentes podem vir de repente!

Estavam esperando a morte,
Num lugar de desilusão,
Com um pouco de atum e de leite
Souberam esperar pela luz!


VERA DA MATA
14/10/2010

TEXTO ESCRITO POR ÁLVARO FALCÃO DE ALMEIDA EM HOMENAGEM A MEU PAI...ARMINDO.

Professores "intolerantes"!
Que inspirou um tributo ao Professor Armindo


Um vídeo, que está sendo veiculado na internet, inspirou comentários sobre a falta de respeito aos professores que grassa "como nunca na história deste pais!".
Esta é a primeira parte.
Lembrança vai, lembrança vem, voltei ao velho Ginásio Monlevade, o de madeira, ao qual a figura do Prof. Armindo é indissociável. Este é o segundo segmento.
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Aqui no Brasil os alunos, principalmente da periferia, tomaram o controle das salas de aula a ponto de não poderem sequer serem chamados à atenção pelos professores.
Porque se os mestres o fazem, em represália, são desrespeitados e até agredidos; sofrem, inclusive, ameaças de morte.
Muitos professores, após sofrerem agressóes de pais e alunos, tem abandonado seus empregos na rede pública por não mais suportarem a ditadura dos alunos e dos seus pais. Porque, muitas vezes, quem "orienta" hoje os adolescentes suburbanos é o chefe do tráfico local .
O Estado finge não ver. E ainda vem o malfadado governante impingir a tal "Lei da Palmada" aos pais sérios e educadores em geral...

Quando não há controle, educação e orientação em casa, não há como haver respeito ao mestre, na escola. E para quem pensa que isto só ocorre nos segmentos do ensino fundamental e médio, engana-se: uma professora, coordenadora de ensino de uma faculdade federal foi ameaçada de morte pelo pai de uma aluna , apenas porque tinha sido negado à sua filhinha o atendimento à uma reinvindicação dela que feria as normas da instituição. A aluna era uma transgressora contumaz, diga-se de passagem.
Pasme, de forma truculenta, o papai empresário bem sucedido, foi exigir satisfações à Coordenadora em favor da pobre indefesa filhinha, de vinte e tantos anos.

Tenho uma amiga, também professora do 3º grau, aposentada , que se refere aos alunos de cursos superiores, principalmente das faculdades particulares, como "aluno cliente". Ela fala com conhecimento de causa, pois após se aposentar, dedicou-se ao ensino na rede particular. Infere-se que, como cliente, consumidor dessas instituições, o aluno é vaca sagrada, intocável.
É o centro das atenções, faz e acontece no recinto escolar, exige ser aprovado. E ai do professor que reprovar aluno... Se o professor é exigente, usa rigor e critério para avaliar os alunos, passa a ser considerado persona non grata, mau professor. E tome abaixo assinado para a Diretoria! É a filosofia do "eu pago o seu salário, por isso quero ser aprovado". É o comércio institucionalizado do diploma.

Outro colega, que ao se aposentar como professor de uma "federal", foi convidado para ser Diretor de uma "particular", não durou seis meses na gerência da faculdade: não suportou a ditadura e os desmandos dos alunos, que pagavam ( os papais, lógico!) , na época, mil e quinhentas patacas de mensalidade e que, por isso, se sentiam patrões do diretor. O empresário dono da faculdade aceitou de bom grado, logicamente, a demissão, pois tinha que preservar a sua galinha dos ovos de ouro, segurar a clientela.

Mais uma, em tópicos, para fechar: amiga pedagoga, professora do ensino fundamental em escola particular, repreendeu uma aluna que cometeu uma grosseria em sala de aula.
A aluninha desmanchou-se em prantos. Em casa queixou-se à mãe. A mammy dirigiu-se à diretora do estabelecimento e soltou o verbo. A ilustre diretora chamou a professora para uma conversa e a colocou na parede: proibiu-lhe advertir os alunos, porque qualquer aluno era importantíssimo para o "caixa" da Escola, "nós dependemos do dinheiro dos pais deles". A professora, em choque, pediu demissão. Relatou-me o episódio com indisfarçável desalento.
Muita 'Escola' já não forma mais Homens, forma Fortuna para os empresários do que antigamente se chamava Educação.
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Bem, nos meus tempos de grupo escolar e do antigo, "Ginásio Monlevade", de madeira, havia uma professora, chamada Dona Vera (ou "Verona", como era chamada à boca pequena), uma alemãozona braba prá caramba, o terror da meninada. Certa vez, ela arremessou um apagador de quadro na testa do Jaime, colega de admissão do Ginásio Monlevade, talqualmente neste filminho. Para acabar com a pintação, em sala de aula... Ela também esgrimia a régua com maestria.
No primário, tomar "reguada" na batata da pernas era mole pros alunos. desconfio que na antiga "Escola Normal", que formava professoras, devia ter uma matéria optativa de "Castigologia"; optativa porque nem todas as professorinhas eram adeptas das beliscadas e reguadas.
Já levei, de algumas mestras, reguada, beliscão, puxão de orelha e safanão, por justa causa, admito. Jamais relatei em casa os castigos sofridos na, senão a punição vinha em dobro. O bom cabrito não berra, não tinha essa de pais "tomarem satisfações" na escola por causa de punições sofridas pelos pimpolhos que, sabiam eles, terem sido justíssimas. Ademais, pé de galinha nunca matou pinto.

No Ginásio, já maiorzinhos, não havia castigo físico, os pintos haviam se tornado frangotes.
Fui agraciado, por mérito, com "notas vermelhas" de "Comportamento", nas cadernetas onde eram lançadas as notas. Lembra-se? de dez a oito, tinta azul, de sete prá baixo, vermelha vibrante. Está no meu currículo: não com certo orgulho, recebí alguns "setes" e também um glorioso e solitário "cinco", no decorrer do meu ciclo ginasiano. Só unzinho...
Já crescido, tentaram me defenestrar de sala de aula , e suspender, uma única vez. Estava no Científico e o autor da injustiça foi um professor de Português - este sim, intolerante - que não aceitou minhas ponderações contrárias às que ele discorria , sobre aspectos de literatura portuguesa . Eu já era um ledor dedicado, sabia que minha argumentação era calçada por sólidos fundamentos. Irritado com a minha "desfaçatez", proferiu o famigerado "prá fora!", ao qual não obedeci. Ele se retirou.
Fui suspenso, pelo Padrigino, por "desrespeito", episódio que muito contribuiu para a minha formação. Anos depois, sempre me lembrava do fato, quando em combate de idéias e palavras com meus alunos,no ambiente acadêmico. Mesmo tendo sido injusto, meu ex-professor de português me ensinou tolerância e respeito às idéias dos outros, sem nenhuma intenção. Pela sua 'formação' em Literatura Portuguesa, por certo desconhecia um cidadão que atendia pelo nome de Voltaire, ao qual sempre se atribuiu uma frase antológica, parecida com "Não concordo com uma só palavra do que dizes mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo". Voltaire, como bem o sabeis, não era cidadão lusitano, daí os antolhos literários do mestre.
Voltando ao velho ginásio de madeira da Rua Carijós ( saudades da lojinha da D. Farid, mãe da Zanza, onde a gente comprava chiclete de bola 'Ping Pong"- com as figurinhas do Bolão) o severo professor Armindo era imbatível na espinafrada, quando a gente pisava na bola. E como a gente pisava! Soltar bombinha do recreio, queimar peido alemão, espalhar pó-demico no pátio, fazer graça na hora da fila - tinha que haver silêncio - e arremedar professores eram os pecaditos comuns. Nada que se compare à leveza das infrações de hoje...
Fessor Armindo era uma espécie de doublé: professor de matemática e professor disciplinário.
Creio até que o Padrigino jamais determinou que ele assumisse esta segunda função; deve ter partido dele, tal era o amor e a dedicação que nutria pelos seus alunos e pelo seu Ginásio. O Ginásio Monlevade era parte dele, sentíamos isso.
Era tão bom professor de Matemática quanto era bom disciplinador. Sem ser versado em psicologia ou endocrinologia, entendia muito bem dos efeitos devastadores dos hormônios no comportamento dos moleques de doze aos dezoito anos. Passava cada reprimenda que perdiamos até o rumo de casa! O discurso dele era uma autêntica metralhadora verbal, disparava mil e quinhentas palavras POR MINUTO, eficientíssima em anular a energia de qualquer garnizé bagunceiro.
E "botar prá fora da fila" era outra de suas punições habituais. Se, na fila para entrar nas salas bancávamos os engraçadinhos, era castigo certo: depois que todos subiam para as salas, o alijado da fila levava uma descompostura homérica. Às vezes, de lambuja, ficava de castigo uma meia hora retido no no ginásio, no final das aulas, para uma “reflexão”.
Outra especialidade do "fessor" Armindo era castigar o infrator com as famigeradas "cópias". O manjado refrão "Não devo fazer bagunça em sala de aula" era a mais comum das frases. Dependendo da gravidade do delito, tinhamos que copiar a frase cem, duzentas, quinhentas e até mil vezes. Reincidência fazia o número de cópias aumentar em progressão geométrica, acho que para fazer justiça à Matemática, da qual ele era o expoente máximo na comunidade.
Essa história das cópias tem facetas hilárias: a gente, quando não tinha nada prá fazer, fazia estoque das tais cópias, só prá tê-las prontas, quando fôssemos punidos. Às vezes, entre colegas, pedia-se "emprestado", para ficar livre mais rapidamente do castigo, sob promessa de pagamento posterior, com juros, do tipo "me empresta cem que depois eu te devolvo cento e cinquenta", uma espécie de comércio ou câmbio paralelo de cópias.
Mas "seu" Armindo era macaco velho, conhecedor das cumbucas éstudantís; de vez em quando, conferia a caligrafia do réu em todas as folhas preenchidas e as impugnava quando notava letra estranha. Outra das suas artimanhas, quando desconfiava de armação: ele mudava a frase e a gente se ferrava.
Com ou sem puxões de orelhas, safanões, cópias e descomposturas, todos sobrevivemos e, como diziam os antigos, "demos prá alguma coisa na vida", sem traumas ou rancores dos nossos professores. Que, se nos puniam com estes doces e brandos castigos, era com o intuito de complementar a formação que nos era dada em casa.
É, naquele tempo havia o que se chamava "educação doméstica".
Hoje, se nós reverenciamos e conservamos especiais carinho e respeito para com nossos velhos professores, Lucílio, Casimiro, Dimas, Armindo, Terezinha, Padrenriques, Padrigino, Tiaguinho, Dona Guilhermina tantos outros...é porque eles ajudaram nossos pais a nos forjar, impregnando-nos com o senso de disciplina, o respeito aos mais velhos, o respeito às instituições, o respeito às autoridades e o comprometimento com o aprendizado.
Tenho dito!

Álvaro,
com orgulho, um nota vermelha, fazedor de cópias, escutador de reprimendas... que, parece, deu prá alguma coisa na vida!

MULHERES..!.



Sou boa filha, boa mãe, amo a minha mãe desde o útero. Costumava achar que ela fosse invencível, uma super-mulher. Sempre tive instinto de defendê-la nas situações em que ela ficava vulnerável. Meu pai, quando viajava, nos deixava sozinhos e eu tentava cuidar de meus irmãos pequenos para ajudá-la.


Querendo ou não a mãe é o primeiro amor de nossa vida. E de todos os amores é o único que não muda ou acaba. Ainda acho-a linda nos seus 82 anos de idade, mas não a vejo mais como invencível.





Foi ela que me ensinou a amar o feminino, o meu corpo, a “respeitar o útero e os ovários”, me ensinou a cozinhar, a fazer todos os trabalhos domésticos, a ser solidária ao sofrimento alheio, caridosa, a ser econômica e reaproveitar os alimentos e desperdiçá-los, a brincar e a sorrir para a vida, a procurar uma realização fora do ambiente de casa. Ela foi muito moderna para a sua época, trabalhou numa Fábrica de Tecidos em Alvinópolis, isto em 1945 a 1949.
Mãe é a pessoa a quem todos nós devemos a nossa vida, devemos nossa personalidade e nossas lembranças. Devemos quem somos.
Minha mãe, por exemplo, tenho dela as melhores lembranças, como os melhores bolos, as melhores goiabadas, as melhores e mais saborosas refeições e os melhores mingaus de fubá do mundo.
Mas também sou boa irmã, ou fui, ajudei a cuidar de todos os irmãos e sei que eles têm de mim as melhores recordações.

Nós crianças, brincávamos muito, no quintal, dentro de casa, na rua...Quando era necessário que, por algum motivo minha mãe ficava ocupada, eu os levava ao médico, dava banho e ajudava a educá-los.
Tenho quatro irmãs: Sônia, Selma, Rosarinha e Renata.
Logo depois de mim é Sônia, forte, independente, caprichosa. Sempre mantive um laço de amizade com ela, apesar de não compreender e nem aceitar muito suas decisões. Ela sempre foi muito alegre, comunicativa, mas muito impulsiva, faz as coisas sem pensar, sem analisar as conseqüências. É temperamental, mas franca e leal. Crescemos juntas, brincamos juntas, estudamos juntas.
As outras duas, aconteceu algo interessante. Eu me lembro quando tinha 4 para 5 anos, um dia minha mãe e meu pai chegaram com um novo bebê em casa e disse que era a minha nova irmã, Zarinha, dois meses depois nasceu mais uma irmã, Selma. Eu não entendia direito o porquê, mas depois compreendi que uma havia nascida de minha mãe e a outra de seu coração.
Rosarinha, frágil e meiga, hoje é grande mãe, grande irmã e grande esposa. Ela tem sorriso em horas impróprias que faz o que é ruim não seja tão horrível. E tudo se torna muito claro atrás das lentes de seus olhos azuis, fracos e delicados.
E Selma, grande mulher, grande mãe e uma excelente irmã, ajuda a todos, a qualquer momento que se precise dela. É forte e destemida.
A irmã caçula, Renata, nasceu quando eu estava para me casar. É uma grande mulher. Mas apesar de termos nos separado muito cedo, sai de casa quando ela tinha 7 meses de idade, não deixei que ela se afastasse de mim. Ajudei a minha mãe nos cuidados dela, recém-nascida e o nosso amor é incondicional, eterno! Sempre foi como uma filha mais velha para mim.
Assim como mulher, sempre tive um instinto de sobrevivência e admiração pelas mulheres de minha família. São fortes, francas, amáveis, honestas, às vezes, precipitadas, mas grandes mulheres. Quando menina, percebi na minha mãe o que era ser mulher, por que sabemos que não é fácil, num mundo machistas em que vivemos.
E as outras mulheres de minha vida: minhas filhas. A mais velha é extremamente esforçada, alegre e comunicativa, mas ao mesmo tempo de sentimentos nobres e frágeis, às vezes, dificieis de entender. Ela se envolve em tudo que se propõe fazer.
A segunda é estudiosa, também frágil e meiga, sempre disposta a ajudar todo mundo.
A terceira, doce e sentimental. Estudiosa e aplicada, se condói com as dores do mundo.
Todas são grandes mulheres. E minhas netas? Tenho três, Ainda são crianças, lindas e meigas. Tenho certeza que serão também grandes mulheres.
Portanto, tudo o que eu faço no meu dia, o que mais vale a pena é ser mulher: mãe, filha, professora, irmã, tia, avó que sou e o exemplo que deixo para todas elas.

Vera da Mata
VC, outubro, 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CRIANÇA

Ao amanhecer
Com os olhos semi-fechados
Olho com carinho
O lindo sorriso de minha neta.

Estou ensonada,
Quero dormir,
Mas seu olhar intenso
Me faz ficar acordada.

Crianças, netos!
Maravilha da vida.
Esperança do amor,
Valiosos presentes.

Seres do amor!
Vem de mansinho,
E singeleza ...
Carinho e pureza,
como amor de passarinho!...
Amor em sua essência.
limpo e transparente,
Amor de doação,
Amor de coração!

Crianças: momentos,
Sorrisos e conversas,
Quero leite, vovó!
Quentinho e gostosinho,
Também quero queijo e pão
E chocolate gostoso.

Quero brincar, ver TV,
Jogar suas almofadas, DVD,
Acertar por brincadeiras,
Sem preocupações.

Criança, alegria da vida!
Pura e sincera,
Sorriso franco e claro!
O sol brilhará com você!
Crescer com alegria deverá.
No mundo novo sem fim!

Vera da Mata
14/10/2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

LINDO PLANETA TERRA!


Questão ambiental, importante
Ao imediatismo transcende
Desenvolvimento sustentável
O homem fazer deveria.

Natureza, dela fazemos parte
Pressa, devemos ter
Problema, chamado de urgência
Descubra: não somos civilizados.

Homem, moderno e inovador
Bárbaros, nossos antepassados?
Não, as coisas estão fora de ordem...
Tempo demais já passou...

Distanciamos da vida nas cavernas,
Ocupamos planícies e planaltos,
Domesticando o fogo,
Mas não cuidamos das plantas...

E dos seres vivos deste planeta!
Subjugamos outros homens
Exploramos o seu trabalho
a morte o impomos,

Modernidade!?...
Humanidade disseminou riquezas
Alguns homens ficando ricos
Muitos cada vez mais pobres.

Ganância, injustiça
Egoísmo e guerras.
Abusou da natureza,
Preço alto hão de pagar!

Homens e mulheres!
Ouvi!
Equilíbrio é preciso,
Ação e atitudes também...

TERRA planeta único
Nossa única casa
Sólida por dentro,
Frágil por fora.

Vera da Mata
VC, 13/10/2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010


MEU EPITÁFIO...

Sonhei com meu epitáfio,
Como na música de Titãs.
Acordei e refleti
Descobri que na morte
Quero ser lembrada
Como “aquela que veio a passeio”.

Com todas as reticências da morte,
Em toda a minha história de vida,
Minha inscrição tumular ,
estará na minha última morada.
Pois...
Na descontinuidade dos olhos,
Na ausência do olhar,
Na falta da presença física,
Hão de lembrar da minha frase,
Das minhas fases nubladas,
Dos meus desconfortos
e desencontros,
De minhas imperfeições.
Expresso o que sinto:
Aqui jaz uma incompreendida,
Solitária e sonhadora!...

Vera da Mata
12/10/2010

SERIA...


SERIA...

Seria a lágrima fria porque rola no rosto?
Seria amarga
Ou doce?
Seria dor ou amor?
Ilusão em todas as formas.
Seria minúscula concha a espreitar a vida?
Seria a espera que cansa?
Que fere,
Que chama,
Inerte
No deserto?
Seria
Retrato de pensamento,
De documentos,
De discordâncias ínfimas?
Não, seria um vendaval
Que trás paz
Que refaz
A luz
E a esperança!


Vera da Mata
VC, 12/10/2010

QUEM INVENTOU A AUSÊNCIA?

QUADRO DE SALVADOR DALI.
Inventou também o silêncio
E a partida.
Da sua voz calada
tão triste e sofrida.
Partida da família,
Do irmão, do filho,
Do amor e da dor.
Saudade do afago,
Do abraço
E da lágrima
Sem começo e nem fim.
Da chuva na janela,
Os pássaros a cantar,
Das crianças a brincar,
Dos crepúsculos e dos madrigais.
Quem inventou a saudade,
Não amou,
Não pulsou de vida,
Viveu espreitando o silêncio!


Vera da Mata
VC, 12/10/2010.

ESPERANÇA


IMAGEM DE UM QUADRO DE SALVADOR DALI.


ESPERANÇA

Quando ficar complicado
Tenha crença,
perseverança,
confiança,
são sentimentos
que atenuam o sofrimento.
Resguarde-se...
Tente compreender
Sem desiquilibrio.
Da dor alheia, participe
É ato de seriedade,
É virtude,
É amor.
A má influência, resista,
Do desânimo, fuja,
Das adversidades, fique longe.
Equilibre-se.
Tenha energia,
Coragem,
E sabedoria,
Pois sendo forte
atrai tudo de bom para si.

Vera da Mata
VC, 13/10/2010