sábado, 3 de setembro de 2016

QUANTAS VOLTAS JÁ DEI?



Já dei sessenta e seis voltas ao redor do sol, não sei quantas mais darei. Essas minhas voltas me encheram de experiências, de histórias e trago uma imensa bagagem de vida. Mas quanto maior a minha bagagem de experiências, mas leve quero levar minha vida. Sabe por quê? Por que aprendi a me desligar, a não me importar muito. Já acumulei muitos sonhos que nunca realizei, viagens que desejei fazer e nunca viajei. Tenho uma infindável lista de desejos que continuo planejando. Quis ter um milhão de amigos, como disse Roberto Carlos, mas na verdade só tenho meia dúzia deles. Eu queria muito ter 1,70 metros de altura e pesar no máximo 60 quilos, mas isto é impossível. Já vi tanta coisa nesta vida: vi a guerra fria, a ditadura no Brasil, a evolução das tecnologias da comunicação, guerras e terrorismo e tudo isso me fez desacreditar definitivamente no gênero humano, pois descobri que a vida  é um grande circo.
Quando penso nas circunstâncias vividas no meu dia a dia, percebo que estou um perigoso trapézio e corro constantemente muitos perigos nas cordas bambas da vida. Ás vezes tenho que domar um leão por dia ou engolir espadas ou fogos se quiser sobreviver.  Mas o único personagem que realmente gosto de ser: é o palhaço, por que não importa as dificuldades enfrentadas, ele nos incentiva sempre a rir. Ele pinta o rosto para esconder suas próprias tristezas, brinca com sua dificuldade, transformando a nossa vida em alegrias através de boas risadas.
Que tal imitarmos o palhaço e deixarmos nossa vida mais leve e passarmos a interpretar este personagem para tornar a vida das pessoas a nossa volta mais alegre e feliz também?
Em nossa jornada por este planeta enfrentamos muitos dilemas, temos muitos questionamentos, que têm que ser tratado com mais tranquilidade, pois nossa existência deve estar ligada à uma perfeita sintonia com o coração, o amor e a nossa consciência. Quando a vida nos apresentar vários caminhos como uma bifurcação de ideias e sentidos diferentes, devemos pensar positivamente, usar nossa intuição e seguir um caminho escolhido e corrermos o risco que tivermos que correr. Devemos ser aquele palhaço alegre e feliz que temos dentro de cada um de nós, entender o porquê das “coisas” e não termos medo de fazer os caminhos.
Outro aspecto interessante é não nos preocuparmos com que os outros falam de nós e nem  fazermos julgamentos da vida dos outros. Por que devemos refletir sobre um provérbio greco-romano que diz “um homem encontrou um senhor que caminhava extremamente envergado para trás, com o fecho dianteiro do seu alforje pegando-lhe por baixo do queixo, enquanto a bolsa traseira do mesmo lhe caia abaixo da barra do paletó. Perguntado por transeunte por que ele andava assim, ele respondeu: na bolsa traseira de meu alforje trago escondidos os meus defeitos, que são muitos e pesadíssimos, procuro ocultá-los o máximo possível. Na parte dianteira carrego o defeito alheio, que sob forma de pedras vou jogando ao conhecimento de todos”. Devemos pensar profundamente nestas palavras, pois, muitas vezes, preocupados com o que não “é de nossa conta” esquecemos daquilo que tem valor realmente.
Por que não atirarmos uma flor em que nos atira uma pedra° .... É difícil, mas não é impossível, ´pois quando tudo em nossa vida parece errado, escuro, devemos tentar a dar o primeiro passo e sermos o primeiro a acender uma luz, a dar um sorriso, a abrir os braços num abraço. Não seja o primeiro a atirar uma pedra em que erra, mas o primeiro que compreende que apoia e dá amor. 
Façamos sinceramente estas palavras: o que estamos fazendo com a nossa vida? O que estamos fazendo com a vida das pessoas que passam pela nossa vida?

VERA DA MATA/2016