Cai a tarde, as cores mudam.
O dia se vai e a noite chega.
Na vida contei o tempo
E descobri que muito já vivi...
Pois tenho mais passado que futuro.
Nos mistérios da noite,
Minhas emoções se arrastam
e se embolam no meu coração.
Porque não tenho tempo para mediocridades,
invejosos,
conversas intermináveis,
telefone,
assuntos inuteis,
pessoas imaturas
E desafetos.
Na madrugada da vida,
Sinto perfumes das flores,
Dos ventos e das estrelas.
E na calmaria do meu repouso,
Sinto meu corpo cansado e fraco
Meus olhos não vêm como antes,
Meus braços perderam a agilidade,
Minhas pernas insistem em não me obedecer,
Meus pensamentos são outros.
Porque o tempo e a noite trouxeram
Outras emoções e percepções...
na imagens do meu ser.
E é no meu brilho de mulher,
Nas cantigas singelas do vento e do tempo
que meu aprisco fica mais calmo
Terno e doce...
E me prepara para o que virá daqui para frente.
Vera da Mata (no dia que fiz 60 anos)
14/janeiro/2010