sexta-feira, 15 de outubro de 2010

MULHERES..!.



Sou boa filha, boa mãe, amo a minha mãe desde o útero. Costumava achar que ela fosse invencível, uma super-mulher. Sempre tive instinto de defendê-la nas situações em que ela ficava vulnerável. Meu pai, quando viajava, nos deixava sozinhos e eu tentava cuidar de meus irmãos pequenos para ajudá-la.


Querendo ou não a mãe é o primeiro amor de nossa vida. E de todos os amores é o único que não muda ou acaba. Ainda acho-a linda nos seus 82 anos de idade, mas não a vejo mais como invencível.





Foi ela que me ensinou a amar o feminino, o meu corpo, a “respeitar o útero e os ovários”, me ensinou a cozinhar, a fazer todos os trabalhos domésticos, a ser solidária ao sofrimento alheio, caridosa, a ser econômica e reaproveitar os alimentos e desperdiçá-los, a brincar e a sorrir para a vida, a procurar uma realização fora do ambiente de casa. Ela foi muito moderna para a sua época, trabalhou numa Fábrica de Tecidos em Alvinópolis, isto em 1945 a 1949.
Mãe é a pessoa a quem todos nós devemos a nossa vida, devemos nossa personalidade e nossas lembranças. Devemos quem somos.
Minha mãe, por exemplo, tenho dela as melhores lembranças, como os melhores bolos, as melhores goiabadas, as melhores e mais saborosas refeições e os melhores mingaus de fubá do mundo.
Mas também sou boa irmã, ou fui, ajudei a cuidar de todos os irmãos e sei que eles têm de mim as melhores recordações.

Nós crianças, brincávamos muito, no quintal, dentro de casa, na rua...Quando era necessário que, por algum motivo minha mãe ficava ocupada, eu os levava ao médico, dava banho e ajudava a educá-los.
Tenho quatro irmãs: Sônia, Selma, Rosarinha e Renata.
Logo depois de mim é Sônia, forte, independente, caprichosa. Sempre mantive um laço de amizade com ela, apesar de não compreender e nem aceitar muito suas decisões. Ela sempre foi muito alegre, comunicativa, mas muito impulsiva, faz as coisas sem pensar, sem analisar as conseqüências. É temperamental, mas franca e leal. Crescemos juntas, brincamos juntas, estudamos juntas.
As outras duas, aconteceu algo interessante. Eu me lembro quando tinha 4 para 5 anos, um dia minha mãe e meu pai chegaram com um novo bebê em casa e disse que era a minha nova irmã, Zarinha, dois meses depois nasceu mais uma irmã, Selma. Eu não entendia direito o porquê, mas depois compreendi que uma havia nascida de minha mãe e a outra de seu coração.
Rosarinha, frágil e meiga, hoje é grande mãe, grande irmã e grande esposa. Ela tem sorriso em horas impróprias que faz o que é ruim não seja tão horrível. E tudo se torna muito claro atrás das lentes de seus olhos azuis, fracos e delicados.
E Selma, grande mulher, grande mãe e uma excelente irmã, ajuda a todos, a qualquer momento que se precise dela. É forte e destemida.
A irmã caçula, Renata, nasceu quando eu estava para me casar. É uma grande mulher. Mas apesar de termos nos separado muito cedo, sai de casa quando ela tinha 7 meses de idade, não deixei que ela se afastasse de mim. Ajudei a minha mãe nos cuidados dela, recém-nascida e o nosso amor é incondicional, eterno! Sempre foi como uma filha mais velha para mim.
Assim como mulher, sempre tive um instinto de sobrevivência e admiração pelas mulheres de minha família. São fortes, francas, amáveis, honestas, às vezes, precipitadas, mas grandes mulheres. Quando menina, percebi na minha mãe o que era ser mulher, por que sabemos que não é fácil, num mundo machistas em que vivemos.
E as outras mulheres de minha vida: minhas filhas. A mais velha é extremamente esforçada, alegre e comunicativa, mas ao mesmo tempo de sentimentos nobres e frágeis, às vezes, dificieis de entender. Ela se envolve em tudo que se propõe fazer.
A segunda é estudiosa, também frágil e meiga, sempre disposta a ajudar todo mundo.
A terceira, doce e sentimental. Estudiosa e aplicada, se condói com as dores do mundo.
Todas são grandes mulheres. E minhas netas? Tenho três, Ainda são crianças, lindas e meigas. Tenho certeza que serão também grandes mulheres.
Portanto, tudo o que eu faço no meu dia, o que mais vale a pena é ser mulher: mãe, filha, professora, irmã, tia, avó que sou e o exemplo que deixo para todas elas.

Vera da Mata
VC, outubro, 2010

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