domingo, 28 de março de 2010

UM DIA MUITO ENGRAÇADO COM MINHAS FILHAS

Texto escrito em 2001 por Vera da Mata


Essa história se passa em 1989 na cidade de João Monlevade, MG, quando minhas filhas mais velhas estavam com 16 e 15 anos, Elaine e Andréia, respectivamente.
Era uma sexta-feira, dia de faxina na minha casa. Minha faxineira havia me dado o “bolo”, então coloquei minhas filhas para me ajudar. Enquanto Andréia me ajudava dentro de casa, Elaine, lavava as varandas e as enceravam.
Elaine, sempre moleca e bricalhona, colocou um lenço na cabeça e um avental e se fazia passar pela empregada. Andréia, para provocá-la, de vez em quando, chegava na janela e a chamava de “Cida” e dizia: “ ... faz o seu trabalho direito, senão vou mandar a minha mãe te mandar embora!...”.
Nesse meio tempo, chegou no portão de nossa casa um mendigo, querendo dinheiro e água. Andréia chega novamente na janela e diz: “vamos logo, sua lerda!” que vou mandar mamãe te mandar embora, pro olho da rua!”...
O mendigo observava calado, quando Andréia saiu da janela, Elaine querendo fazer mais molecagem, disse para o mendigo:
- Tá vendo, moço! Pobre sofre neste mundo! Viu a patroinha me humilhar?
Ele a olhou com uma cara de pena e respondeu:
- É moça! ... ôcê é tão bunita! Cê num pricisa passar por isso não! Nois é pobre, mas nois se ajuda! Vamo fugi e sê feliz! ... Vamo vivê de amô ... uma moça linda assim não pricisa disso... não merece sê humilhada!...
Morrendo de vontade de rir em gargalhadas, ela respondeu:
_ Num carece não! Brigada, moço! Mas já to acostumada a sofrer. Minha vida sempre foi assim mesmo... já estou acostumada.
Cheguei com um trocado para ele, como eu fiquei lá fora, o mendigo acabou indo embora. Elaine chamou Andréia e nos contou o que havia acontecido e caímos todas em gargalhadas. Mas Elaine prometeu se vingar de Andréia.

Nesse mesmo dia, depois do almoço, chegou na nossa casa, Débora, de Belo Horizonte, prima e da mesma idade, resolveram ir ao clube, porque fazia muito calor e elas haviam trabalhado muito. Lá foram elas para o clube.
Elaine se aliou a Débora no clube, deixando Andréia sempre de fora, de vez em quando falava alguma coisa para irritá-la, quando resolveram ir embora, foram para o ponto de ônibus. Andréia na frente, danada da vida e Elaine e Débora atrás provocando-a.
Chegando no ponto, ficaram longe uma da outra, como se não conhecessem. Uma senhora chegou perto de Elaine e perguntou as horas. Ela para sacanear Andréia, disse:
_ Vou perguntar aquela menina ali para a senhora! (...) Oh! Moça”! quantas horas são?
Andréia nervosa com as provocações, não agüentando mais, já nervosa e com raiva,disse:
- “Não enche o saco não, vai embora, não vou dizer não! Não olhe na minha cara! Saí daqui!”
Elaine para deixá-la ainda mais envergonhada, voltou com cara de vítima, olhou para a mulher e falou:
- Tá vendo dona!...como estes jovens de hoje em dia são mal educados! Só porque perguntei as horas, ela fez esta grosseria. Essa menina nem me conhece!...
A mulher indignada, olhou para Andréia com olhar de reprovação e disse:
- Sua mãe não te dá educação, menina!? Custa responder alguma coisa que alguém te pergunta? Custa falar direito?
Andréia vermelha de vergonha e raiva, porque ela era muito timida, entrou rapidamente no ônibus que acabara de chegar... Enquanto isso, Elaine e Débora explodiam em risadas, e Andréia chorava de raiva... Mas Elaine estava vingada...

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