quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

DESABAFO

Texto escrito em setembro de 2009 por Vera da Mata




ESTE TEXTO FOI ESCRITO EM AGOSTO OU SETEMBRO DE 2009, NUMA SITUAÇÃO MUITO TRISTE NO CENTRO DA CIDADE DE VITÓRIA DA CONQUISTA?BA.)

DESABAFO

Hoje fui fazer uma mamografia, estava triste e preocupada, pois tenho consciência que sou humana como todo mundo e, portanto, corro o mesmo risco que todos. Distraída, entrei numa rua de mão única, rua pequena que não passava de 200 metros. Na metade do caminho, percebi que entrei na contramão, mas não dava mais para voltar, tinha que seguir e sair dali.

Mas encontrei no meio do caminho, uma dessas pessoas que acham que tem “ouro na barriga”. Ele parou o seu carrão no meio da rua e não me deixava passar. Desviei pelo passeio e tentava sair dali, quando o sujeito colocou a boca para fora e disse: “ saí daí sua velha, barbeira!

Aí fiquei pensando, para onde estamos indo? Onde está a sabedoria de vida que deveríamos ter? Onde está o respeito pelos mais velhos? Aquele sujeito rico, no seu carro grande e importado se sentia mais importante, por quê? Será que não percebeu somente que eu entrei errado? E com um pouco de boa vontade as coisas se resolveriam de modo tranqüilo, já que a rua era tranqüila?

Foi nesse momento que percebi que os velhos, realmente, não valem nada neste país. Percebi que a vida passou depressa demais, mas agradeci a DEUS por ter criado os meus filhos com respeito, amor, carinho e quanto eles são humanos, de verdade e sensíveis com todos na rua, coisa que não acontece com a mãe deste sujeito.

A vida é breve, como disse Cazuza, se pudéssemos ter verdadeira consciência dessa brevidade, dessa passagem rápida, não seríamos tão orgulhosos e vaidosos com besteiras. Devemos pensar duas, três vezes antes de ofender e destratar as pessoas, devemos evitar jogar em cima dos outros o nosso lixo...

Estamos entristecendo por coisas pequenas e perdendo minutos, horas e dias preciosos com idiotices, sendo narciso além da conta, pois como disse Mário Quintana em seu poema o “O tempo”:

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

VERA DA MATA



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