Era uma casa simples onde a mulher que rezava ficava com um lenço amarrado na cabeça e galhos de folhas nas mãos e, às vezes, brasas vermelhas perto de uma vasilha d´água que se transformariam em carvão. Eu com o olhar assustado não perdia um só de seus movimentos, que subiam e desciam com as ervas e as rezas.
Era uma cultura naquela época. Minha avó acreditava piamente, ela também sabia fazer as rezas, porque muitas vezes quando faltava encontrar alguma benzedeira ela mesma rezava.
E sabemos que no Brasil, ainda nas pequenas cidades do interior, muitas senhoras ainda difundem o poder de “antigas benzeções” aliadas a uma variedade de ervas e unguentos.
São benzeduras para afastar o olho gordo, a inveja, a desenteria, o vômito, o quebranto, o torcicolo etc. As folhas eram colhidas no quintal da casa: arruda, erva de são jorge, assapeixe, galho de peão-roxo ou de vassourinha, que expurgam as enfermidades do corpo humano e os mal-olhares.
E sabemos que no Brasil, ainda nas pequenas cidades do interior, muitas senhoras ainda difundem o poder de “antigas benzeções” aliadas a uma variedade de ervas e unguentos.
São benzeduras para afastar o olho gordo, a inveja, a desenteria, o vômito, o quebranto, o torcicolo etc. As folhas eram colhidas no quintal da casa: arruda, erva de são jorge, assapeixe, galho de peão-roxo ou de vassourinha, que expurgam as enfermidades do corpo humano e os mal-olhares.
O ritual era vela acesa, água num copo de vidro transparente, brasas ardentes e as folhas. Era um tal de fazer sinal da cruz nos pés da criança, na testa, rezava -se "3 padre-nosso e 3 ave-maria" virando-a de bruços,. Depois tomava-lhe os pés bem juntinhos, sacudia e fazia o nome do Padre e rezava assim: Deus qui te feis,/ Deus qui ti criou,/ Nossa Senhora é qui tira /esse mal qui ti introu.// E rezava um padre-nosso e uma ave-maria, batendo com os ramos das folhas. “ Pois assim que os ramos murchassem, absorviam a doença e a pessoa sarava, segundo a crença.
Não sei como andam as benzedeiras em nossos dias, mas na minha época de criança era bastante comum procurá-las. Minha avó tinha uma fé inabalável nestas coisas. Certa vez ela e minha mãe mandaram que eu levasse Armindinho na casa de dona Maria de Sr. Olavo, meu pai chegou e me encontrou no caminho com meu irmão. Chegando em casa foi o maior quebra-pau porque ele não gostava e isso já era tardinha, pois levar alguém a uma benzedeira tinha que ser ao raiar do sol ou ao crepúsculo, "noitinha".
Não sei como andam as benzedeiras em nossos dias, mas na minha época de criança era bastante comum procurá-las. Minha avó tinha uma fé inabalável nestas coisas. Certa vez ela e minha mãe mandaram que eu levasse Armindinho na casa de dona Maria de Sr. Olavo, meu pai chegou e me encontrou no caminho com meu irmão. Chegando em casa foi o maior quebra-pau porque ele não gostava e isso já era tardinha, pois levar alguém a uma benzedeira tinha que ser ao raiar do sol ou ao crepúsculo, "noitinha".
Os rituais eram revestido de tradição, mistérios, símbolos sagrados, rezas, rosários, sal, água benta, cordão e ervas, de origem africana, indígena e européia. Benzer era um fio invisível e poderoso unindo as dores dos homens e suas mazelas ao Criador.
Em meio à sabedoria popular e tradicional, ainda existem algumas mulheres portadoras desta dedicação e tradição, que nas rugas dos rostos e na calma de suas rezas fazem esforços para curar os males físicos e espirituais do corpo e da alma humana.
Vera da Mata
Em meio à sabedoria popular e tradicional, ainda existem algumas mulheres portadoras desta dedicação e tradição, que nas rugas dos rostos e na calma de suas rezas fazem esforços para curar os males físicos e espirituais do corpo e da alma humana.
Vera da Mata
VC, 20/04/2011
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